E eis o Benfica entrar em campo com 1 ponto de atraso para o fcp. Nada de especial quando tem um jogo para recolocar tudo em si sitio? Pois claro. Vítor Pereira tinha dito que a sua equipa tinha acusado a perca do 1º lugar na liga para justificar os jogos menos conseguidos da sua equipa. E o jogo do Benfica ontem contra o Gil provou que ambas a equipas estão muito longe de estarem imunes à pressão.
A juntar à pressão psicológica, a pressão material, feita alta, forte e feia, conseguida com acerto pelos jogadores do Gil Vicente. Há muito não via uma equipa conseguir correr tanto, pressionar e posicionar-se de forma tão perfeita em campo com a equipa de Barcelos ontem. O maior exemplo via-se nas alas, em especial na direita encarnada. Caso Maxi Pereira quisesse dar uma mijinha e na certa o seu marcador Richard fazia-lhe companhia no mictório. No flanco contrário o pobre Nolito era bloqueado por nada mais nada menos que 3 adversários, que não iam na cantiga enganadora do espanhol. No centro do terreno e na linha do geral, os médios centro Javi e Witsel estiveram horríveis. O 1º lento com uma visão demasiadamente limitado do espaço para aquela posição, que normalmente executa com acerto, e um Witsel que retornou ao futebol tipo Frasco anos 70, da vota e voltinha, da lateralização e prisão de bola, bloqueando o jogo ofensivo encarnado. Como Gaitan parece andar com azeites, somente o trabalho de laboratório no 1º golo, aliviou a mediocridade geral que se acoitou em pleno relvado da Luz.
Apesar de ter feito pouco em termos ofensivos, pois o Gil manteve as suas ideias de defender 10 atrás da linha da bola, com apenas um avançado a tentar a sorte perante uns ridiculamente desinspirados defensores encarnados, numa “solidariedade” colectiva que se estendeu ao mais maduro de todos, Artur, que disparatou mais neste jogo que na época toda…apesar de ter mais uma vez salvo o Benfica de males maiores…mais uma vez…. Vezes a mais para uma equipa deste calibre.
Era evidente o mal-estar em campo dos jogadores encarnados, tolhidos pelos nervos, com a noção que se estendeu à bancada, que enquanto o 2º golo não surgisse a equipa estava a sujeito a problemas sérios.
O empate gilista perto do intervalo buliu com os nervos encarnados. Se já se percebia o desconforto da equipa perante a irritante marcação barcelense, pior ficaram ao perder a vantagem num momento tão importante.
Este foi o típico jogo que os encarnados teriam perdido naturalmente em outras ocasiões. Mas esta época como já disse a equipa tem estrelinha. E após Aimar tomar as rédeas do jogo, a sorte grande surgiu sob a forma de desvio após forte remate de Rodrigo. Para que não restassem duvidas, Aimar farto do fadinho do coitadinho, típico em outras ocasiões de jogo até ao fim com o nó na garganta, após dividir mérito na jogada com Nolito mostrou a todos aquilo que só a classe alcança e acabou com o tormento.
Jogo aviso para o Benfica. Cuidado que os seus jogos são esmiuçados até ao máximo. Convém trabalhar bastante a componente psicológica dos jogadores, porque se ninguém é imune à pressão, ontem abusaram um pouquinho, e nem sempre os deuses da fortuna são assim tão favoráveis.
Individualmente pouco a dizer. Pouca gente com nota postiva. E se alguns com talento estiveram em baixo ninguém espere que um ou outro de talento duvidoso fizesse melhor. Sinceramente, julgo mesmo que bem mesmo, esteve JJ nas substituições em especial a saída de Javi com o recuo de Witsel, jogando o Benfica num clássico 442 à anos 80.
De resto…vivam os 3 pontos.
Bola7 falou…